Alunos do curso de Tecnologia da Informação e Pedagogia do UNICEPLAC aprendem e compartilham métodos lúdicos e inovadores de ensino sem celular
Imagine uma aula sobre tecnologia onde cartas coloridas substituem códigos digitais e um tabuleiro se transforma em simulador de algoritmos. Esta é a computação desplugada, uma abordagem pedagógica que ensina conceitos da ciência da computação sem a necessidade de dispositivos eletrônicos, como celulares, tablets ou computadores, por exemplo.
O que é computação desplugada?
De modo geral, computação desplugada “trata-se de uma metodologia ativa de aprendizagem que tem atraído cada vez mais jovens para as salas de aula. Por meio de atividades interativas, como jogos, desafios lógicos e simulações, os alunos desenvolvem pensamento computacional, raciocínio lógico e habilidades para a resolução de problemas", explica o pedagogo Welton Dias de Lima, professor dos cursos de Pedagogia e Engenharia de Software do Centro Universitário UNICEPLAC.
Aliás, tudo isso acontece de forma acessível. Durante as atividades, os alunos não utilizam meios digitais para estimular a interação social e tornar o ensino da tecnologia mais inclusivo e interdisciplinar.
No UNICEPLAC, os cursos de Tecnologia da Informação (TI) e Pedagogia utilizam a computação desplugada na disciplina de Tecnologias Aplicadas à Educação.
Assim, a abordagem auxilia futuros professores a integrar conceitos computacionais ao ensino de maneira acessível e interdisciplinar.
“No curso de Engenharia de Software, a metodologia é reforça fundamentos como algoritmos e lógica antes da aplicação prática”, destaca o professor Welton.
Na aula, os alunos transformam materiais simples - como papel, papelão, lápis coloridos, caixas, garrafas PET e tampinhas - em jogos e atividades lúdicas. Nos cenários criativos, uma trilha se torna jogo de perguntas e desafios, enquanto a Torre de Hanói, um dos mais famosos jogos matemáticos, ensina raciocínio lógico e algoritmos.
“Resolver a Torre de Hanói de forma eficiente envolve a utilização de recursão, em que o problema é dividido em subproblemas menores. Dessa forma, os alunos precisam pensar logicamente para determinar os movimentos corretos dos discos e garantir que as regras do quebra-cabeça sejam seguidas. Essa atividade também pode ser utilizada para discutir conceitos de complexidade computacional”, destaca o pedagogo.
Metodologia também para a educação básica
Diante das restrições ao uso de celulares em salas de aula da educação básica, a metodologia se torna uma alternativa para manter o ensino da tecnologia acessível.
Em resumo, “o método contribui para reduzir distrações, garantir foco no aprendizado e incentivar a interação social. Além disso, ele se alinha às novas diretrizes que restringem o uso de celulares em sala de aula. Como alternativa, a computação desplugada permite ensinar conceitos computacionais sem a dependência de dispositivos eletrônicos, enquanto os professores têm o papel de direcionar o uso pedagógico das telas de forma crítica e reflexiva”, enfatiza o professor Welton.
Projetos acadêmicos e ações na comunidade
No UNICEPLAC, trabalhos acadêmicos vêm sendo realizados por meio da computação desplugada, com destaque para o curso de Pedagogia.
Um desses projetos, intitulado “Computação Desplugada: uma investigação sobre o desenvolvimento do pensamento lógico e da resolução de problemas na formação inicial de professores”, busca compreender como essa ferramenta pode aprimorar o ensino de matemática e outras disciplinas da área de exatas na formação docente.
Com duração de um ano, o estudo envolve 100 alunos. “A iniciativa visa capacitar futuros professores, tornando-os mais confiantes e preparados para ensinar conceitos matemáticos nas salas de aula para todas as idades”, explica o professor.
Em complemento às atividades em sala de aula, os estudantes também vêm desenvolvendo iniciativas para levar a computação desplugada para comunidades e escolas. Em 2024, um projeto aconteceu ao longo do ano em uma instituição na Região Administrativa do Gama (RA II), no Distrito Federal.
Alunas do 7º período do curso de Pedagogia do UNICEPLAC organizaram a ação, que envolveu professores do ensino fundamental I, com foco nos anos iniciais.